Uma nova fase....

Não é a primeira vez que me refiro à dificuldade que é viver em família. Ser casado. Criar filhos. Isso é praticamente um lugar comum. Os vínculos que unem um casal em torno de sua cria devem ser fortalecidos no dia à dia, entre romances e alegrias, mas também entre brigas, rotinas e uma série de frustrações.

Óbvio. Frustrações. Porque se não as houvessem ficava fácil. Ai todo casamento seria uma eterna viagem de núpcias. Seria aquela festa linda, cheia de espetáculos pirotécnicos, decorações dignas dos 10 Mandamentos, e nem Moisés para abrir o mar em dois para os convidados passarem no meio. Todavia, quando você volta para casa, está lá, aquele que você resolveu chamar de seu, dormindo em cima do seu edredon, ocupando seu espaço, não dando a atenção que você julga merecido.

E quando vem a ninhada ou mesmo aquele bebê único e exclusivo? um tapa para a crise generalizada e a inspiração da famosa Saigon, tão cantada por Emilio Santiago e sua legião de seguidores. Nada mais tem aquele colorido. Não há restaurante japonês e balada ou viagem a Grécia que restaurem o encanto do casal. A monotonia invade e o desinteresse toma conta de tudo aquilo que parecia tão  promissor, devastando o relacionamento rápido e lentamente como o cupim em móvel velho.

Aí é que tá o perigo. Nessa hora, sempre dizia para o meu tranquilo marido, é que o bicho pode pegar. O ladrão está sempre por perto. O MST sempre ligado nos terrenos sem cercas. O pecado mora ao lado. As brigas, confusões ou mesmo a total apatia. E é ai que você faz a escolha. Porque entre amar e odiar está uma linha muito tênue. A separação de dois sentimentos extremos é feita por uma parede quase tão invisível quanto transponível para a sua disposição. E então você entra naquele processo. De decidir entre o melhor dos mundos. Porque ambos têm seus ônus e seus bônus. Basta você escolher em qual dos dois quer ficar.

Este ano completamos 7 anos de união. E evidentemente que a legendária e mítica crise dos 7 nos pegou. Foi um processo longo e depurador. Mas foi incrível como constatamos que tudo dependia de um estado de animo, apenas. Porque as vezes, a mesma conduta me fazia querer bater nele e, no dia seguinte,  apertar suas bochechas e beijar seu sorriso. Claro que o amor acaba. E tampouco sou contra o divórcio.
A felicidade deva ser buscada e ficar casado só pra dizer que tem mulher ou marido É a atitude menos sabia das que o homem criou em sua pobre existência. Mas é claro também que, as vezes, a crise não revela o fim de um amor. E muito menos tem por caminho cert o divórcio. A crise muita vezes tem por finalidade nos fazer rever a notada disposição.

Porque quando a disposição se acaba, com ela vem o fim da vontade de construir a união no dia a dia; de carregar o cabo do guatambu que faz parte do casamento tanto quanto os bons momentos que efetivamente o integra. O casamento é um conjunto de regras que agrega os parceiros em um processo de coalizão. Você vai aos poucos se tornando um. E não é quando vai morar junto ou assina o papel que isso acontece. Demora. É como fazer um molho. Tem que engrossar, tomar corpo, chegar ao ponto. Tem que ter paciência. A recompensa é mais que válida. O sabor é bom demais.

Não é demais dizer que muitas crises ainda virão. Mas também tem as viagens, os encontros de amigos, os almoços, as aquisições, as parcerias e as risadas sem fim. Como é bom viver com meu Go! E a nossa gozinha?! É bom demais, agora em nossa casa, viver essa fase nossa, com momentos verdadeiros de comercial de margarina. É bom amadurecer e descobrir, a cada dia, novas facetas de cada um de nós. Porque isso também faz parte. Tem que ter disposição. E coragem! E confiar no outro. Porque você já fez isso no começo. Quando aceitou casar-se com aquela pessoa. E isso foi o mais difícil. Porque você nem sabia no que ia dar.

Por que arregar agora?! Confia. Aposta. Disponha-se a reenxergar seu parceiro com os olhos de quem se dispõe a continuar. Se ainda existe amor, ele vai vir à tona. E se você tem filhos, não tenha dúvidas, eles irão contribuir demais neste processos. Com sua alegria, com sua união, com sua vontade de permanecerem todos juntos.

É bom demais.

Eu acreditei. Ele acreditou. E aqui estamos. Prontos para mais uma boa fase. E outra ruim, e assim sucessivamente. Porque faz parte. Porque é assim. Isto é casamento. Não é LEGO.

A todos desejo um feliz Dia da Família e da Justiça, com muito entusiasmo, com muita alegria de viver e com bastante disposição!





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