Nosso mundo com Sofia.

Muita gente boa e de valor deve estar pensando que a Sofia não tem pai. Pobre bebê, tão lindo e nascido de doador desconhecido? Afinal, em breve 1/2 linha fiz menção ao progenitor da criança, para dizer que ele ocultou o ingresso da nossa pequena na UTI.


Falar sobre o pai da criança não deixa de ser uma tarefa árdua. Afinal, entre o homem que eu amo e o pai da minha filha, há uma distância de figuras que sou obrigada a declinar. Meu marido, homem que eu amo, foi comigo pra maternidade e mesmo contra a própria natureza, conseguiu levantar as 5h30 da manhã já que tínhamos que nos internar as 6h00 (Moramos ao lado da maternidade, praticamente). Lá ele ficou do meu lado e permaneceu firme, segurando minha mão enquanto a nossa florzinha (ou meu passarinho) vinha ao mundo.

Foi um momento difícil, eu estava muito nervosa e meu coração quase parou (arritmia!). Talvez sozinha eu não conseguisse levar tão a bom termo a situação. E ele ficou super presente, me ajudando na hora de amamentar, pegando a bebe no colo, fazendo tudo o que estava ao seu limitado masculino alcance.


Fomos pra casa e lá ficou o meu marido e agora pai da Sofia presente na correria. Aquele mundo novo que se apresentava para nós era muito mais atemorizante do que eu podia imaginar. Ele ficou comigo nas madrugadas de trocas de fralda, muitas vezes só no apoio moral (o que ali já era excelente), mas presente. Com suas risadas, brincadeiras e sua calma inabalável.


O pai da Sofia hoje sabe dar mamadeira, brinca com ela e morre de orgulho da filha que tem. Todos nós seres humanos temos fraquezas a revelar. Não me perco aqui para elencar as nossas. O grande fato é que nos momentos de tormenta cumpre decidir se vamos levar adiante a escolha que fizemos.

E nós escolhemos ficar juntos. Ao menos por ora é a opção que fizemos para que nosso amor se prolongue e nossa filha cresça num lar feliz, com pais harmonizados (coisas que nós 2 não tivemos). Resta saber o que o futuro nos reserva e reserva ao nosso bebê. Tão lindo, tão frágil, tão feliz. Que acabou por unir a mim e a ele, ao mesmo tempo em que quase nos separou.

A maternidade é assim, um paradoxo à paternidade que também se revela mas não tão agil quanto a primeira. Assim, temos que saber enfrentar as dificuldades e levar em frente. Reconhecer a fraqueza do outro, as nossas e ser pacientes. Nem todos têm o mesmo ritmo. Brigas há mas há que resolvê-las. E por ora, é o que temos feito, em nome de nós mesmos, que nos amamos e dela, nosso mundo.

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